Por que o final do ano pode representar até 40% do faturamento anual das empresas?
- Douglas Sanguin
- há 13 minutos
- 4 min de leitura
Descubra por que o final do ano é o período mais lucrativo para empresas e como o faturamento no final do ano pode representar até 40% da receita anual. Veja dados, tendências e estratégias para aproveitar essa janela de ouro.

O fim do ano como vitrine do consumo
Quando o calendário entra em novembro, algo muda no comportamento do consumidor brasileiro. O simples ato de passear por shoppings decorados, receber convites para confraternizações ou navegar por redes sociais cheias de ofertas desperta um senso coletivo de urgência e celebração. O resultado aparece nos números: em diversos setores, o faturamento no final do ano pode representar entre 30% e 40% da receita anual (dados da Confederação Nacional do Comércio, 2023).
Esse período concentra três fenômenos que tornam a curva de consumo única: a Black Friday e a Cyber Monday, que estimulam compras por preço; o Natal, que movimenta consumo emocional e afetivo; e o Ano Novo, que ativa categorias ligadas a renovação, saúde e bem-estar. Somando a isso as férias escolares e o verão em janeiro, temos um ciclo de quase três meses que pode determinar o saldo financeiro de muitas empresas.
Por que o final do ano é tão decisivo para o faturamento?
O faturamento no final do ano não cresce por acaso: ele é resultado de fatores econômicos, sociais e emocionais que se repetem de forma consistente a cada ciclo.
Poder aquisitivo ampliado O pagamento do 13º salário injeta bilhões de reais na economia brasileira todos os anos. Segundo o DIEESE (2023), o valor injetado em 2022 foi de R$ 249 bilhões, beneficiando mais de 80 milhões de trabalhadores. Esse recurso, em sua maior parte, vai diretamente para consumo, dívidas e presentes.
Tradição cultural de consumo Datas como Natal e Réveillon estão profundamente ligadas ao ato de presentear, reunir e renovar. É um consumo que carrega simbolismo — não se trata apenas de comprar, mas de “marcar presença” em momentos especiais.
A pressão social e emocional O fim do ano gera uma atmosfera de urgência: “é agora ou nunca”. Esse estado mental aumenta a propensão ao gasto. Pesquisa da NielsenIQ (2023) mostrou que 74% dos consumidores brasileiros afirmam gastar mais em dezembro do que em outros meses do ano.
Convergência do varejo e dos serviços Enquanto o varejo físico e digital explodem em vendas de produtos, setores como turismo, beleza, gastronomia e lazer também registram altas históricas. Um salão de beleza, por exemplo, pode faturar em dezembro o equivalente a dois ou três meses normais.
Black Friday e Cyber Monday: o gatilho da urgência
O ciclo de consumo começa em novembro com a Black Friday. Apenas em 2023, as vendas online no Brasil nesse período ultrapassaram R$ 7 bilhões (Ebit | Nielsen, 2023). A lógica é clara: o consumidor é treinado para esperar ofertas agressivas, e as empresas que planejam suas campanhas saem na frente.
Já a Cyber Monday, embora menor em escala, vem crescendo como oportunidade para e-commerces escoarem estoque e trabalharem categorias de tecnologia. Para muitas empresas, novembro é a primeira “virada de caixa” que injeta fôlego antes da maratona natalina.
Natal: consumo movido pela emoção
O Natal é, de longe, a data mais lucrativa do calendário. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC, 2023), o comércio natalino movimentou cerca de R$ 66 bilhões em vendas no Brasil, representando o maior pico de consumo do ano. Aqui, o consumo não é apenas racional, mas carregado de emoção: presentear é um gesto de afeto.
Marcas que sabem traduzir esse simbolismo em campanhas criam conexões duradouras. Cacau Show e Natura são exemplos clássicos: kits prontos, embalagens especiais e campanhas emocionais que fazem com que o consumidor veja mais valor no presente do que no preço.
Ano Novo e janeiro: renovação e continuidade
Após o Natal, muitos negócios entram em ritmo lento — mas é um erro achar que janeiro é “mês fraco”. Na prática, ele movimenta setores diferentes. Academias, turismo, moda praia, restaurantes e cursos de desenvolvimento pessoal surfam na onda de resoluções de Ano Novo.
Além disso, janeiro é o período de liquidações, com o varejo escoando estoques e atraindo clientes que buscam bons preços. Quando bem planejadas, essas promoções não apenas geram caixa imediato, mas também fidelizam clientes para o ano inteiro.
“Janeiro não é ressaca. É ponto de partida para quem sabe transformar liquidação em estratégia.”
O risco de não planejar
O faturamento no final do ano pode ser decisivo — mas só para quem se prepara. Empresas que improvisam correm riscos sérios: ficar sem estoque, não dar conta da logística, criar campanhas genéricas que se perdem na enxurrada de anúncios ou simplesmente desperdiçar verba em mídia mal segmentada.
Em contrapartida, quem se antecipa cria um calendário sólido, escolhe ofertas estratégicas e trabalha comunicação multicanal consegue não apenas aumentar o faturamento imediato, mas também transformar novos clientes sazonais em relacionamentos de longo prazo.
O calendário não espera
O fim do ano não é apenas mais um período no calendário: ele é o momento em que os consumidores esperam comprar mais — e as empresas que entendem isso colhem os maiores frutos. O faturamento no final do ano pode, sim, representar até 40% da receita anual, mas apenas para quem trata essas datas como oportunidade estratégica e não como improviso.
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Na próxima semana, vamos falar sobre os maiores erros que fazem empresas perderem dinheiro nas datas sazonais. Não perca — e acompanhe o blog da DT para não deixar seu concorrente sair na frente.




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